quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Corsário Apaixonado - Capítulo XIV (2ª parte)



Atualização

Ana já não aguentava mais ficar encerrada entre aquelas quatro paredes. Precisava de ar e de ficar sozinha para pensar em tudo que estava acontecendo. Pediu a Tina que lhe trouxesse algo para comer, pois não tinha almoçado e, tão logo a jovem desceu à cozinha, pegou um xale, envolveu a cabeça e os ombros e saiu sorrateira sem que ninguém a visse. Podia ouvir as vozes dos homens discutindo com Crow  na sala. Sabia do perigo de encontrar com Castilhos ou com seu tio, mas precisava sair dali para respirar ar puro ou enlouqueceria.
Perdera a conta das horas em que se sentira perdida, irada com a existência inútil que passara a levar depois da morte de seus pais, roubando para sobreviver, arriscando a pele dia a dia, sob o risco de ser presa ou mesmo de sofrer agressões físicas ou de ser morta por alguma de suas vítimas, aguentando as bebedeiras e as agressões verbais de Didier... Nesses momentos de revolta fugia. Corria através das ruas de La Rochelle e sempre acabava na praia, junto ao lugar onde Didier enterrara o corpo de sua mãe. Ali ficava ajoelhada, chorando, maldizendo seu destino. Aos poucos ia se acalmando. Às vezes podia jurar que ouvia a voz suave de Eleanor a embalá-la, vinda por entre as árvores, ao som da brisa leve. Lembrava dos bons momentos que tinham passado juntas e a lembrança do amor materno a tranquilizava, como se a própria mãe estivesse ali para lhe dar consolo e mostrar-lhe  que tinha de continuar sobrevivendo com a esperança de algum dia encontrar sentido em sua vida. Encontrar Crow foi como jogar um bálsamo sobre todas as feridas abertas ao longo de tantos anos vazios. Finalmente tudo fazia sentido. Entretanto não contava com seu odioso e incansável tio que, ao que parecia, não descansaria enquanto não colocasse as mãos nela. Fosse para matá-la ou torná-la prisioneira. Sabia que Crow faria de tudo para evitar isso, e que no momento achava que a melhor solução era levá-la para a Inglaterra. Talvez tivesse razão...
Mergulhada nesses pensamentos chegou à praia com lágrimas nos olhos. Surpreendeu-se com formações rochosas diversas que ocupavam grande parte da estreita faixa de areia. O silêncio só era quebrado pelo som das águas revoltas que arrebentavam  nas pedras. Procurou abrigo entre elas e sentou-se à sombra de uma das rochas. Ali, nada lembrava a praia onde Eleanor fora enterrada, mas apesar disso, a imagem dela ocupava seu coração e sua mente, emprestando alívio a suas angústias. Não saberia determinar quanto tempo ficou ali a "conversar" com Eleanor, imaginando as palavras que sua mãe lhe diria se ali realmente estivesse. 
O sol já emitia seus últimos raios e o lusco fusco atordoava a vista, quando Ana ouviu um barulho de pisadas aproximando-se sobre o terreno arenoso. Seu coração disparou sob o medo de ser encontrada por Cristóbal. Levantou-se e escondeu-se atrás de uma das rochas, lembrando de uma das orações que sua mãe a ensinara quando pequena.


Terminada a reunião, Crow convidou Brett para o jantar e dirigiu-se ao quarto para encontrar Ana. Lá chegando, não encontrou nem ela nem Tina. Imaginou que tivesse saído para dar uma volta. Desceu novamente à sala e decidiu sair à procura delas. A noite já estava chegando e não era recomendável que elas estivessem andando por aí sozinhas, principalmente depois das visitas da manhã. Já na rua, viu Tina com olhar apavorado segura por Brett que tentava ouvir o que ela falava agitada.
- Calma, Tina! Ela não deve estar longe.
Então Tina viu Crow aproximar-se.
- Crow! Eu a deixei por alguns minutos no quarto e ao voltar ela não estava mais lá.
- Como? Pensei que estavam juntas!
- Saiu sem me avisar. Pediu algo para comer e quando voltei ao quarto ela havia sumido. Já procurei em todos os cantos aqui da chácara, mas não a encontrei.
- Quanto tempo faz isso, Valentina?
- Mais ou menos uma hora, eu acho... – O sentimento de culpa pelo desaparecimento de Ana aumentou ainda mais ao ouvir seu nome por extenso sair da boca de Crow. Ele só a chamava daquele jeito quando estava muito chateado com ela.
- Por que não me avisou que ela tinha sumido? – perguntou quase gritando, não escondendo sua irritação.
-Não queria preocupá-lo à toa nem atrapalhar a reunião... Sinto muito – respondeu cabisbaixa recriminando-se a si mesma intimamente.
- Vou pegar um dos cavalos e percorrer a praia e os arredores – disse finalmente, sem desculpar-se pelo modo como a estava tratando.
Não conseguia pensar em mais nada que não fosse Castilhos e Cristóbal colocando suas mãos sujas encima de Ana e isso provocava uma dor tão profunda em seu peito que quase o impedia de respirar.
- Vou com você, Crow – ofereceu-se Brett.
- Então vamos logo. Valentina, você fica aqui para o caso dela voltar.  E não a deixe sair novamente em hipótese alguma, nem que tenha que amarrá-la numa cadeira. Entendeu?
Quando acabavam de selar os cavalos, a voz de Abe surgiu nas sombras da pequena passagem que levava à trilha da praia.
- Capitão!
- Agora não, Abe! Fale com Tina. Brett e eu temos que sair. –disse sem olhar para o menino.
- Para onde vão? – perguntou uma voz feminina bem conhecida de Crow.
- Ana! – imediatamente ele desvencilhou-se da sela e correu ao encontro dela que vinha de mãos dadas com o menino, com um sorriso nos lábios.
- O que houve? – perguntou inocentemente, parecendo ter esquecido os riscos que a cercavam.
- Como o que houve? – perguntou ele segurando-a pelos ombros e certificando-se que ela estava bem, olhando-a por inteiro. – Por que você saiu sem avisar? Pensei que a tinham capturado!... Não faça mais isso! – ordenou num misto de irritação e alívio por vê-la tão despreocupada, mas a salvo, abraçando-a fortemente logo em seguida.
- Graças a Deus! – bendisse Tina. – Fiquei com medo de apanhar de Crow pela primeira vez na vida...
- Me perdoem... – rogou ao se dar conta dos rostos aflitos que a cercavam. – Eu precisava ficar sozinha e respirar um pouco de ar. Por isso sai e fui até a praia para pensar. Não percebi o tempo passar, até que o Abe apareceu dizendo que a Tina estava me procurando. – Me perdoa, Nigel – falou baixo e afundou-se em seus braços.
- Eu vi a Ana saindo de casa e indo para a praia. Vi a Tina sair um tempo depois gritando o nome da Ana. Aí fui até a praia. A Ana estava chorando e eu fiquei cuidando dela de longe. Não queria incomodar. Ela parecia triste. – falou Abe de um só fôlego, com medo de represálias.
Tina abaixou-se até poder fitá-lo nos olhos.
- Por que não me disse que a Ana tinha ido para a praia, Abe? – tentava não parecer irritada e tranquiliza-lo. – Você viu que eu a procurava... Sabe que tem algumas pessoas querendo levá-la embora daqui contra a vontade? Por isso eu estava nervosa.
- Quis fazer uma surpresa prá você... – disse sem conseguir olhar os adultos a sua volta.
- E fez uma surpresa e tanto, meu bem. - Tina suspirou, enquanto o abraçava sorrindo aliviada. – Que susto, Ana...
- O importante é que você está aqui e bem... – terminou Crow por dizer, agora mais calmo. – Que tal irmos jantar?


Aparentemente refeitos do susto causado pelo desaparecimento de Ana,  reuniram-se todos para o jantar. Notaram a falta de Didier, que mais uma vez saíra para ir à vila a convite de Sam. Crow começara a reparar que o grau de intimidade entre os dois homens vinha aumentando desde a chegada em Eleuthera. Achava aquilo um pouco estranho, tendo em vista o mau humor crônico de Didier e a personalidade sombria de Sam, que não costumava fazer amizades facilmente. No momento reconhecia que essa ausência do pai adotivo de Ana era bem vinda, levando em conta as últimas  grosserias do francês maldizendo a "filha" por esta se negar a assumir seus direitos e riquezas na Espanha.
Encerrada a refeição, enquanto Crow e Brett discutiam alguns detalhes acerca da futura viagem, Ana e Valentina recolhiam as crianças para o dormitório conjunto.  Depois que Brett saiu e Tina se recolheu, batidas fortes se ouviram na porta, causando um sobressalto em Ana. Não era ninguém além de Sam e Didier. Esse último vinha carregado pelo pirata, tal seu estado de embriaguez.
- O que aconteceu? Ele está bem? – perguntou Crow aborrecido.
- Sim. Posso deixá-lo no quarto?
- Deixe que eu o levo.
- Não, Capitão. Faço questão. Não se preocupe.
- Muito obrigado, Sam, mas nós cuidaremos dele agora. – disse Crow com firmeza, assumindo o fardo de carregar Didier.
- Obrigada, Sam. Vá descansar – aconselhou Ana, perguntando-se o que estaria havendo com Didier. Ele nunca bebera tanto. Talvez a companhia de Sam não lhe estivesse sendo benéfica. O velho ladrão embriagava-se de vez em quando, mas raras vezes ela teve de levá-lo para casa em estado semelhante àquele. Porém, em Eleuthera, não saia mais do bar e estava se tornando rotina cair no sono totalmente bêbado.
- Como preferirem... – disse Sam amolado, pois sua real intenção era dar um jeito de ficar sozinho no quarto do francês para procurar pelos documentos que prometera à Castilhos. – Então... Boa noite.
Acabou por dar as costas e sumir na escuridão.
Já no quarto, colocado na cama por Crow, teve as botas retiradas por Ana. Verificaram que ele dormia pesadamente e que no dia seguinte certamente estaria com uma bela de uma ressaca. Deixaram  o quarto ao som dos roncos de Didier.


Dois dias se passaram e os reparos do Highlander estavam quase terminados. Diminuíra a apreensão entre os moradores da chácara da Aldeia do Falcão. O galeão denominado El Tiburòn não fora mais visto nas redondezas ao sul de Eleuthera. Crow, apesar de tudo, permanecia preocupado com a aparente calmaria. Não conseguia acreditar que Cristóbal Villardompardo tivesse desistido de levar Ana para a Espanha. Não o conhecia a fundo, mas não imaginava existir um homem que pagasse a alguém como Castilhos e enfrentasse uma viagem como a que enfrentou da Europa às Caraíbas, apenas para certificar-se que a sobrinha estava viva e desistir tão facilmente de levá-la. Havia alguma coisa errada nisso tudo. Por isso, continuava atento e mantendo Ana sob sua vista praticamente o tempo todo. Deitavam-se juntos à noite, com sua espada e o punhal permanecendo sob o colchão ao seu alcance.
Tentava não transparecer suas desconfianças para não deixá-la aflita, mas tinha certeza de que ela compartilhava em silêncio das mesmas suspeições.
- Você acha que eles ainda estão pela ilha, não? – perguntou Ana em meio a escuridão do quarto, nos braços de Crow, ao sentir que ele ainda não dormira.
- Quem? – revidou tentando disfarçar a surpresa pela pergunta.
- Não tente disfarçar, Nigel. Sei que não acredita que eles tenham desistido. Tampouco eu. Não sou nenhuma idiota.
Ele sorriu na penumbra.
- Tenho certeza disso... – declarou-se a abraçando com mais força. – Em dois dias o Highlander estará pronto para partir.
- Acha que eles podem tentar uma sabotagem?
- Deixei o dobro de homens para vigiar o navio no ancoradouro. – tranquilizou-a e deitou um beijo no topo de sua cabeça, acariciando seus cabelos. – Não se preocupe com isso. Logo estaremos a caminho da Inglaterra e Cristóbal não poderá fazer mais nada contra você.
- Eu te amo, Nigel... – sussurrou após alguns instantes.
- E eu... – disse enquanto rolava sobre ela de forma a poder ficar frente a frente e roçar-lhe os lábios – Não posso mais imaginar minha vida sem você, Ana – confessou antes de cobrir sua boca com um beijo apaixonado.

Na manhã seguinte, acordaram mais tarde que o normal. Tina já saíra com as crianças para a escola do pastor. Didier não apareceu para o café, fazendo-os deduzir que passara mais uma noite bebendo na taverna da vila. Brett os aguardava para deslocarem-se até o Highlander e definirem a partida para o dia seguinte após Crow certificar-se das condições do navio. Mal tinham acabado o café, quando ouviram os gritos desesperados de Cora.
- Fogo, fogo!!!
Levantaram-se sobressaltados e foram para os fundos da casa de onde tinham partido os gritos. Lá chegando depararam-se com uma coluna de fumaça que se elevava  acima da região onde ficava a pequena igreja. Cora vinha correndo ao lado de Abe.
- O que está havendo? –gritou Crow para eles.
- Abe veio avisar que a escola está pegando fogo!
- O quê? Meu Deus! – desesperou-se Ana.
Ao ouvir sobre o incêndio e sabendo que era lá onde Tina se encontrava, Brett correu ao estábulo, montou num dos cavalos e saiu em desabalada para lá. Crow correu para pegar outra montaria.  Já se preparava para colocar Ana em sua garupa quando Sam apareceu avisando que Didier não estava passando bem e gostaria que ela desse uma olhada no pobre coitado. Dividida, Ana resolveu ficar para atender seu pai adotivo, pois sentia-se na obrigação de cuidá-lo. Crow e Brett dariam conta do incêndio.
- Não saia daqui, Ana. Espere voltarmos! – ordenou enquanto colocava Abe na garupa, que pedira para acompanhá-lo. – Cuide dela, Sam.
- Não se preocupe! – exclamou com um estranho sorriso.
- Eu ficarei bem! – disse Ana.
Ditas essas palavras, Crow partiu em disparada.

 A paróquia não era muito longe. As labaredas logo puderam ser vistas. O fogo consumia as paredes de madeira do pequeno salão contíguo à igreja onde o pastor dava as aulas para os pequenos. Alguns dos alunos estavam do lado de fora do prédio gritando aflitos.
O pastor acabara de sair com uma das órfãs nos braços e parecia com dificuldade para respirar. Rolos de fumaça negra escapavam pelas janelas e portas. Brett desesperou-se ao não ver Tina do lado de fora. Por isso desceu de sua montaria e lançou-se sem cuidado através da porta principal do salão para tentar achá-la. Logo Crow o seguiu, pedindo a Abe para ficar ao lado do pastor que estava sentado sobre uma pedra ao lado da menina salva por ele e de mais cinco alunos que tinham saído logo no início do incêndio.
- O senhor está bem?
- Acho...cóf... que sim... cófcóf... – respondeu entre uma tossida e outra.
Poucos segundos depois, Brett saía abraçado à Tina que carregava um dos meninos no colo, seguidos por Crow que trazia os últimos dois pequenos a serem resgatados, um em cada braço. Haviam tirado todos  de dentro do salão. Infelizmente não tinham como salvar o prédio. A estrutura de madeira rapidamente foi devorada pelas chamas e o teto começou a ruir poucos minutos depois de estarem todos a salvo.
- O que aconteceu, pastor?  Como esse fogo começou? – questionou Crow.
- Não sei, meu filho! Eu estava dando meus ensinamentos às crianças quando a fumaça surgiu e logo o fogo invadiu a sala onde estávamos.
- Tina! Você está bem? – perguntou Brett preocupado com Tina que estava tendo um acesso de tosse.
- Estou bem, estou bem... – respondeu impaciente e olhou ao seu redor – Onde está a Ana?
- Ficou em casa. Didier não estava passando bem e ela achou melhor ficar para cuidar dele até voltarmos.
- Isso não está me cheirando bem... Crow, volte até lá e fique com a Ana. O Brett e eu cuidamos do pastor e das crianças. Vamos levá-los na minha charrete.
- Deixei Sam cuidando dela, mas... Você tem razão... Esse incêndio pode ter sido criminoso...  Mas como saberiam que ela ficaria só? Sam?, pensou. De repente foi possuído pelo medo de que tudo aquilo pudesse ter sido criado com o intuito de afastá-lo de casa.  – Vou para casa!
Crow imediatamente montou em seu cavalo e retornou a todo galope para a chácara. Chegando lá, seus piores temores tornaram-se realidade. Não havia sinal de Ana em lugar algum. Gritou por Cora, mas não obteve resposta. Encontrou-a desacordada no chão da cozinha. Correu ao quarto de Didier, onde o encontrou caído no chão, com a boca ensanguentada, em meio aos móveis totalmente revirados.
Ao ouvir o francês gemer, ergueu-o e tentou fazê-lo falar.
- Didier! Didier! O que aconteceu?
- Marie... Marie! – gritou mais consciente  e fixou os olhos amedrontados em Crow – Sam! Aquele maldito! Se fazendo de amigo...
- O que tem o Sam? Onde ele está?
- Ele levou Marie para Castilhos!
Crow sentiu a cabeça ferver e o coração gelar. Sam o traíra!
-Ele queria os documentos que provavam que a Marie era uma Villardompardo. – continuou o velho.
- Documentos?
- Sim. Eu os peguei antes de partirmos de La Rochelle. Sabia que eram importantes para Marie, mas não imaginava o que continham.
- Por isso o quarto está revirado? Ele estava procurando por esses papéis?
- Sim. Ele ameaçou matar Marie na minha frente se eu não lhe entregasse os documentos. Eu os tinha escondido no meu barrete e acabei entregando a ele. Bandido! Miserável! Depois que pegou o que queria, me deu um soco e eu cai desmaiado.
Crow o ajudou a se levantar e sentou-o na cama.
- Didier, espere aqui. Vou tentar achá-los.
Dizendo isso, saiu correndo, da mesma maneira que chegara. Logo Tina chegaria e cuidaria de Cora e de Didier. Agora precisava encontrar o maldito pirata. Montou em seu cavalo e saiu em direção à praia ao norte de onde estava, tentando imaginar onde Castilhos teria ancorado seu navio de forma a ficar sem ser visto por todos esses dias.  Cerca de quinhentos metros além da casa, viu um homem jogado em meio a alguns arbustos. Ao aproximar-se identificou o moribundo.
Desmontou rapidamente, olhando em redor para certificar-se que não tinha mais alguém por perto. Pegou o homem pela gola da camisa encharcada de sangue e sacudiu-o com violência, esperando obter alguma informação que o auxiliasse no paradeiro de Castilhos, que pelo jeito já o dispensara como ajudante.
- Sam, seu desgraçado! O que fez com Ana? Onde está Castilhos? Fale!
Ferido mortalmente com um golpe de espada no coração, Sam mal conseguia falar, pois já perdera muito sangue.
- Ele mentiu para mim... O miserável...
- Onde está o navio dele? – perguntou novamente sacudindo-o com fúria e desespero.
- Está... mais ao norte... na Enseada da Tartaruga – disse reticente e com voz enfraquecida.
De posse da preciosa informação, desvencilhou-se do traidor, mas foi impedido pela mão em garra que com inesperada força o segurou.
- Perdão, Crow...
- O que você fez não tem perdão. Agora me solte e vá logo para o inferno!
Com um puxão violento, levantou-se e montou mais uma vez em seu cavalo e correu na direção indicada por Sam.
Depois de percorrer em torno de dez quilômetros a galope, contornando elevações rochosas que dificultavam o acesso a dita enseada.
Crow chegou a tempo de ver o El Tiburón içar suas velas e partir com o vento a seu favor.  Dois cavalos pastavam soltos junto às gramíneas próximas à praia, o que explicava a rapidez com que eles tinham alcançado a enseada. Não pensou duas vezes e refez o caminho de volta, amaldiçoando Castilhos e Villardompardo, imaginando no que faria quando colocasse as mãos neles. O Highlander, pronto ou não, teria de partir imediatamente no encalço do espanhol.

(continua...)



Ao ouvir essa música, essa semana, não pude deixar de pensar em como ela traduz o que o Crow deve estar sentindo agora que viu a Ana arrancada de seus braços e resolvi deixar o vídeo da música para ilustrar a postagem. 
Concordam comigo?
http://www.youtube.com/watch?v=YO9THtRWb2s&feature=youtu.be
Meus queridos! Pensei que não fosse conseguir publicar hoje. Já está muito tarde e preciso levantar muito cedo amanhã. Por isso, vou publicar o capítulo e amanhã retorno para complementar essa postagem e agradecer aos meus  leitores e amigos pelos comentários recebidos. Espero que tenham gostado desse capítulo. Agora vai começar a perseguição em alto mar e a briga do Crow para recuperar a sua amada. Aguardem!
Beijos a todos vocês, meus seguidores muito amados!
Como havia dito ontem à noite, voltei para os meus agradecimentos semanais e também para corrigir alguns errinhos devido ao meu estado sonolento de ontem...rsrsrs
Como sempre, quero mandar um superbeijo para as minhas queridas amigas e irmãs de coração, a Lucy (obrigada tb pelo teu carinhoso comentário lá no Clube de Novos Autores sobre a resenha do Um Amor no Deserto), a Aline, minha parceira escritora (ainda vamos retomar aquele romance, viu?)e a Nadja, tb parceira com seu blog Sonhos e Sons (maravilhoso!!). Além disso tivemos as visitas dos talentosos escritores Marli Carmen, Amandio, Dennis Lenzi e Evanir, meus amigos e colegas no Clube de Novos Autores. Fiquei muito feliz com a visitas das blogueiras e divulgadoras da nossa literatura nacional, a Daniele ( Chá, Biscoitos e um Livro para Acompanhar), a Phann (Moda e Eu), a Cleide ( As Palavras que Eternizam o Mundo) e a minha lindinha Raphinha, outra parceira muito querida, com seu blog Doce Encanto. Outra boa surpresa foi a presença, mesmo que por acaso, como ele mesmo falou, do Andy Santana, com seus comentários fofos e que é dono de um blog muito fashion. Para quem gosta de moda, cinema, celebridades, o Antena Parabólica é um prato cheio.
Bom, gente, acho que não esqueci de ninguém. Considerem-se todos beijados e acarinhados. Muito obrigada pelo apoio e incentivo à continuar com meus voos romanticos.
Até logo!!
PS: Aproveito para agradecer ao Luiz Fernando, meu amigo poeta, que foi o primeiro a comentar a nova postagem. Quem ama entende os sentimentos que a letra dessa música do David Guetta traduz. Estou em falta contigo, querido, mas logo vou te visitar e ler os teus versos lindos que emocionam e homenageiam aquela pessoa tão especial para todos nós, a Léia. Beijos!!

12 comentários:

  1. Olá Rosane, tudo bem com você?
    Hoje estava precisando ler um pouco de seu romance, como sempre muito bom hein...e acabei vendo o video, sabe acabei me vendo nelo com a Léia..rsrsrsrs ( O mulher que me encanta viu )
    Ah! Continue sempre com esses pots hein...
    Beijos e bom fim de semana...

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  2. Querida: esse capítulo ficou muito bom. A continuação, espero, será cheia de emoções! Não esqueci do nosso romance, não. Mas parece que minha inspiração acabou de vez. Agora que estou dando aulas de química, só fico lendo coisas técnicas, com uma escapada ou outra para os romances (inclusive os seus). Mas assim que der, pretendo retomar. Estou de férias do meu principal serviço, por isso imagino que poderei me dedicar mais à literatura. O duro é a inspiração... Mas tudo bem. Um beijão e muito obrigada pelo carinho.

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  3. Olá Rosane o seu blog transpira paixão amor suspense tudo de bom.
    Gostei muito!!!!
    Amandio Relações publicas do clubdosnovosautoresblospot.com
    Abraços fraternos cheios de poesia, um bom final de semana!

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  4. Nossa, amiga, mas a Ana deu uma de louca mesmo, aonde já se viu sair assim sozinha numa situação dessas?!! É um perigo, é o mesmo que dar chance ao azar... Mas dá para entender, tem hora que a gente se sente mesmo como se estivesse sem ar, precisando sair e andar livremente, sem rumo, em uma paisagem tranquila para nos faça acalmar e a Ana é muito jovem, por mais que a dor a tenha feito amadurecer mais rapidamente, ainda há muito para ela aprender. Coitado do Crow, é horrível essa sensação de não saber onde está um ente querido, perceber que poderá estar correndo perigo. Ainda bem que logo a encontrou, até porque senão a Tina iria ficar também muito mal.
    De outro lado, Crow já tem mais molejo perante a vida e tinha mesmo que achar muito estranho a união entre Sam e Didier.
    Ai, Rô, que coisa mais linda essa confissão do Nigel à Ana, dizendo que não poderia mais viver sem ela... *Suspirando*

    Que gente sem alma... Coitada da Ana e do Crow! O Didier merecia uma surra bem dada para ver se acorda e para de pensar que é o mais espertinho do mundo e o Sam teve o que merecia, é ótimo quando pessoas de má índole morrem, sobram menos.

    Rô, tô com o coração na mão, amiga! Tadinho do Nigel e da Ana, dói tanto isso, não saber como a pessoa amada está! Estou aflita esperando o desenrolar desse conflito!!!

    Mais um capítulo que prende a nossa atenção! Adorei, amiga!!!

    E eu não conhecia essa música, mas que letra linda! Tão romântica, é uma súplica de amor... Ai... Ai... ♥
    Fico até sonhando o Nigel fazendo essa declaração pra mim... hehehe... :)
    ♥Beijinhos♥

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  5. Olá Rosane adorei os seus comentarios nos textos que eu apenas tento escrever...Agoro quando disse que iria escrever um romance com as historias nossa fiquei super surpreso...Se isso acontecer quero ser um dos primeiros a saber...rsrsrs

    Beijosss e uma ótima semana...

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  6. Ual...deixa me recuperar da adrenalina de Crow em busca de sua amada Léia ops quero dizer Ana... kkk... Fôlego recuperado vamos lá apesar de Dider ser interesseiro temi pela vida dele, em contra partida o patífe traidor do Sam teve o fim merecido. Agora levantar âncoras embusca de Ana.

    Leitura e música combinação perfeita ótima pedida Rosane.

    Beijãozãoo

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  7. As vezes a Rosane fala que os seus romances são secundários, mas eu discordo, plenamente! Pelo contrário, vc escreve de uma forma tão dinâmica e criativa que eu consigo visualizar as feições dos personagens facilmente, os cenários tudo é repleto de criatividade e inteligência. Os seus romances são dignos de grandes livrarias, não tem nada de secundário!!! O capitulo ficou sensacional!!! Outra coisa, preciso falar que vc é uma pessoal muito especial e uma amiga com quem podemos contar!!! Te agradeço pelo apoio e por sempre lembrar de mim!!! Saiba que o sentimento amigo é mútuo!!! Vamos em frente rumo a realização dos nossos sonhos!!!

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  8. Oi Rô aqui estou eu rsrs... nem sempre comento mas estou sempre aqui lendo seus romances maravilhosos. Adorei a resenha sobre o livro Um Amor no Deserto, que pra mim é o número 1º até hoje me lembro da época que vc escreveu e da minha ansiedade em ler cada capitulo, não sei pq mas esse romance mexeu comigo, vibrei quando vi que vc tinha publicado ele ... vc é òtima te conheci lá no gerrymaníacas ( q por sinal voltou a ativa né? q surpresa boa) e lembro que fui uma das primeiras a vir aqui nesse espaço, lembro até de vc perguntando: Oi tem alguém aí?... rsrsrs pois é o tempo passa e seu blog está cada dia melhor e vc sempre se superando, te adimiro muito viu e espero q vc conquiste muito muito mais... sucesso vc merece

    bjosss

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Estou aqui para agradecer aos comentaristas dessa semana que me deixaram mais que emocionada com suas palavras.Luiz Fernando, Lucy, Aline, Léia, Júnior e Vanessa, vocês são pessoas incríveis e amigos que tem um lugar especial em meu coração. Não esqueci do Amandio, nosso relações públicas do CNA e autor de "Inocense"( http://clubnovosautores.blogspot.com/search?updated-max=2011-11-09T13%3A15%3A00-02%3A00&max-results=2 ), que promete ser um livro de sucesso pelos temas abordados numa história vibrante. Muito obrigada pela visita e pelas palavras de estímulo.
    Gostaria de enviar um beijo e um abraço caloroso, e agradecer mais uma vez por todo esse carinho. Sou uma pessoa abençoada por ter amigos como vocês, meus queridos!

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  11. Nuuu uau, terminei a leitura com ar de quero mais, como fica???


    Philip Rangel
    Entrando Numa Fria

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  12. Passando pra uma visita de reconhecimento... O espaço é bem agradável, Rosane. Voltarei mais vezes.

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Cantinho do Leitor
Este cantinho está reservado para que coloquem suas críticas a respeito de meus romances e do blog. A sua opinião é muito importante para mim. Se tiverem alguma dificuldade em postar aqui, deixem mensagem na caixa de recados.
Beijos!