sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O Corsário Apaixonado - Capítulo VII


Crow não voltara a dormir na cabine. Em seu lugar, permitira que Didier dividisse o espaço com Ana, não sem antes dar-lhe claras instruções de como deveria portar-se e protegê-la. Para a tripulação espalhou o boato de que ela estava adoentada, apresentando uma febre desconhecida e provavelmente contagiosa. Com isso esperava continuar protegendo-a contra marujos curiosos e sedentos de calor feminino. Ela ficou proibida de passear no convés, para dar veracidade aos boatos de que estava doente. Agora, na maioria das vezes, era Didier que levava suas refeições, das quais participava muito satisfeito. Pelo menos tinha uma mesa onde comer e uma comida que era, sem sombra de dúvidas, muito melhor que aquela que dividia com piratas malcheirosos nos porões ou no convés. Por sua vez, Ana não ousou antepor-se a tais ordens, visto que imaginava os prováveis motivos de Crow. Ela mesma ainda enfrentava a angústia que lhe causava saber que ele fazia parte de seu doloroso passado. Não conseguia odiá-lo, optando por evitar que seus pensamentos pertencessem a ele. Nem sempre conseguia seu intento, principalmente à noite, onde o silêncio era substituído pelos roncos de Didier vindos do chão do gabinete. O que antigamente não a perturbava, agora era motivo para horas de insônia, a pensar em quem não devia.
Passados três dias, Brett apareceu para servir seu desjejum. Como sempre discreto, tinha um ar amigável e jamais fazia qualquer insinuação a respeito dela ou de sua relação com Crow. Provavelmente ele também fora avisado que a única mulher a bordo era de propriedade do capitão e, por isso, a consideração evidente que dispensava a ela. Cumprimentava, perguntava se desejava mais alguma coisa e saía. Entretanto, Ana já intuíra que entre o imediato e Crow havia uma amizade que ia além das necessidades de bom relacionamento hierárquico no navio pirata. Sentindo uma carência súbita por mais informações a respeito do comandante do Highlander resolveu arriscar-se e, tentando ser o mais casual possível, iniciou uma conversa com Brett.
- Há quanto tempo navega neste navio, senhor Brett?
Apesar de ligeiramente surpreso com a indagação, arqueou as sobrancelhas, como se calculasse mentalmente o número de anos a serviço da pirataria. Intimamente, sorria imaginando quantas perguntas mais seriam necessárias para que ela citasse o nome de Crow. Com o conhecimento que tinha das mulheres, jurava que ela não resistiria mais que três.
- Só nesse navio, milady, devo completar nove anos no próximo mês. – Lá se foi a primeira.
- Posso saber por que se tornou um pirata?  
Colocou a mão no queixo, olhou para cima e estreitou os olhos a pensar na melhor maneira de responder.
- Poderia dizer que foi o desejo de liberdade, ou talvez o gosto pela aventura... Ou quem sabe pelos mesmos motivos que levaram a senhorita a se tornar uma ladra... – observou Ana ruborizar diante de sua alegação e completou, em defesa de ambos – Por pura falta de opção. – Foi-se a segunda... Ou talvez eu a tenha desestimulado a continuar... Mas se ela realmente estiver interessada em Crow, como penso que está, não vai desistir tão facilmente. Vamos testar.
Brett interrompeu o silêncio constrangedor, e fez menção de se retirar.
- Desculpe-me se a ofendi. Não foi minha intenção. Se me dá licença, vou voltar ao convés.
- Não... Não me ofendeu... Como sabe que sou uma ladra?
- Esquece que ajudei a tirá-la da prisão? – Foi-se a terceira...
Ela lhe deu um sorriso compreensivo e brincou com a xícara de chá sobre a bandeja.
- Conhece o Capitão Crow há muito tempo?
Ah! Eu sabia... Meus conhecimentos jamais falham...
- Pensei que o seu interesse era sobre a minha pessoa... – brincou notando que a deixara mais uma vez sem graça. Por isso resolveu emendar sorrindo – Não se preocupe... Já estou acostumado... Conheço o Crow há mais de... Doze anos.
- Então... – ela arregalou os olhos e o encarou como se o visse pela primeira vez.
- Olhe, senhorita Ana, não sei o que está acontecendo entre vocês dois, mas vou lhe dizer apenas uma coisa, pois se mais eu falar é provável que perca meu melhor amigo. A maioria da tripulação do Enterprise não concordou com o que Drake fez a sua família, mas o único que teve culhões para dizer isso a ele foi o Crow. Infelizmente ele não conseguiu evitar a tragédia.
Nesse instante, Didier invadiu o aposento, reclamando do balanço do navio e maldizendo a demora em chegarem à terra firme. Restou apenas a troca de olhares complacentes entre Ana e Brett.
- Espero que aproveite bem o seu desjejum, milady. – Fez uma reverência e saiu.
- O que estava havendo aqui? – perguntou Didier desconfiado ao notar a estranha expressão no rosto de Ana. – Por acaso esse porco inglês estava dando em cima de você?
- Não seja idiota, Didier! Claro que não. Ele é um cavalheiro. Totalmente diferente de você.
- Se o Capitão Crow souber disso não vai gostar nada, nada... Afinal ...
- Cale-se, Didier! – exclamou sem paciência – Deixe de pensar bobagens!
- Está bem, está bem... – acalmou-a enquanto desviava o olhar para a bandeja com biscoitos, pão e até... uma maçã!
Notando a expressão interesseira dele para o seu café, acabou por desprezá-lo, pois acabara de perder o apetite.
- Pode comer. Estou sem fome.
- Tem certeza?
- Tenho. – E retirou-se para junto da única janela que havia no ínfimo espaço de sua atual residência, mergulhada em pensamentos.

A embarcação aproximava-se das ilhas descobertas no início daquele século por um espanhol de nome Bermúdez. A apreensão entre os piratas, mesmo os mais experientes do Highlander, era evidente. Além de ser uma região frequentemente açoitada por grandes tempestades ainda havia os boatos sobre monstros marinhos e os fantasmas dos lendários habitantes de Atlântida que vagavam por ali em busca de recrutas. Não tardou muito a esses temores solidificarem-se diante de seus olhos na forma de um furacão que se formou no início daquela tarde sombria. O medo e o calor desciam sobre eles como uma manta de vapor quente. As ondas subitamente aumentaram em tamanho e ferocidade. Os ventos embarrigavam exageradamente o velame.
- Reduzir velas! – gritou Crow.
Brett correu para ajudar os timoneiros a iniciarem as manobras de controle do navio contra a agitação crescente do mar.
- O que está acontecendo? – perguntou Didier atarantado com a correria dos homens a sua volta.
- É melhor ir para a cabine e ficar por lá. Não saiam até estarmos livres dessa tempestade. – ordenou Crow enquanto ajudava a estreitar a vela maior, numa tentativa de manter o rumo, aumentar a velocidade do Highlander e facilitar a fuga do olho do furacão.
- Aquilo é um furacão? – voltou a perguntar quando viu a coluna de vento e água elevar-se da superfície a poucos quilômetros de onde estavam. – Nous allons mourir! Oh, mon Dieu! – exclamou aterrorizado com a imagem e o prenúncio de um naufrágio a sua frente.
- Pode começar a rezar, mas faça o que eu disse! Agora! – ordenou Crow mais uma vez, preocupado com a situação.
Recuperado da momentânea paralisia provocada pelo medo, Didier obedeceu a ordem recebida e correu para os aposentos sob o convés. Entrou correndo e fechou bruscamente a porta atrás de si, como se isso pudesse evitar que a turbulência o alcançasse ali.
- O que está havendo, Didier? Que cara é essa? É só um mau tempo... Não é? – insinuou Ana ao ver o rosto assustado de seu pai adotivo.
- É melhor começarmos a orar, menina. Reze para que o seu Capitão Crow e a sua tripulação sejam bons no controle dessa gaiola de madeira, caso contrário não chegaremos vivos às Caraíbas.
- Não é apenas chuva?
- Já deu uma olhada na janela? – perguntou com o nariz grande e vermelho apontando para o fundo do quarto.
Ana ficou boquiaberta ao ver o cone de nuvens escuras em movimento que se formava no horizonte. O céu parecia um borrão cinza e as ondas elevavam-se de tal forma que já cobriam sua visão vez por outra. Seu pensamento dirigiu-se diretamente para Crow. E se nós morrermos? Se eu nunca mais vir Nigel? Preciso falar com ele!
- Vou lá fora ver o Nigel. – afirmou decidida.
- Nigel? Que Nigel? De quem você está falando?
- Estou falando do Capitão Crow – esclareceu.
- O que pensa que vai fazer, sua maluca?
Ana não se deu ao trabalho de responder. Respirou fundo e foi direto para a porta da cabine.
- Onde você pensa que vai? Ele ordenou que ficássemos aqui em baixo!
Ainda incerta sobre seus sentimentos, mas sentindo uma necessidade premente de ver o capitão do Highlander, precipitou-se para fora do alcance dos chamados de Didier. O vento aumentara consideravelmente. No timão podiam ser vistos três homens aplicando toda sua força para manobrá-lo, dentre eles, Brett. Crow gritava ordens e auxiliava aos marujos, que, por sua vez, corriam para atender suas funções da melhor maneira possível. Todos queriam escapar da fúria dos ventos e da água selvagem que ameaçava engolfá-los. Diante daquele quadro assustador, ficou entorpecida. Agarrada a amurada, onde fora jogada por uma rajada de ar mais forte, sentiu a chuva fina açoitar-lhe a pele do rosto. Não notou quando um dos mastros menores, não suportando a violência da ventania, vergou-se a ponto de rachar. Crow foi alertado do perigo no convés quando ouviu o clamor de Bald.
- O mastro da popa vai se partir em dois!
Só então Crow a viu. Ela estava no caminho entre o pesado mastro e a amurada completamente apavorada. Saltou habilmente de onde estava e correu, desviando-se dos homens e obstáculos, vencendo os golpes do vento e da chuva em seu caminho. A última coisa que viu foi o pânico inundando e escurecendo o castanho dos olhos de Ana. Chegou a tempo de tirá-la do caminho do mastro que se rompeu ao meio, no entanto, não o suficiente para livrar completamente a si mesmo. A dor aguda em seu ombro esquerdo, provocada pela estocada de um dos punhais de madeira originados da quebra do mastro e o consequente choque da cabeça contra o chão fez com que perdesse a consciência. Não ouviu o grito de desespero de Ana ao vê-lo caído inerte aos seus pés e com uma nódoa vermelha impaciente encharcando sua camisa branca.
- Nigel!
Brett ao ver o que tinha acontecido, colocou outro marujo em seu lugar e correu para o local do acidente. Imediatamente, alguns homens que estavam mais próximos tiraram o mastro do caminho, quando Brett os alcançou.
- Crow! – chamou enquanto o virava de frente e notava que ele estava inconsciente. – Ajudem aqui! Vamos levá-lo para a cabine!
Vendo Crow ferido, a única coisa que passava pela mente de Ana era o desejo de que ele continuasse vivo. Seguiu o grupo ansiosa. Colocaram-no sobre a cama de bruços. Brett terminou de rasgar a camisa que obstruía a visão do ombro de Crow e viu a carne rasgada próxima à omoplata. Não parecia ser um corte muito profundo, mas certamente não fecharia com um simples curativo.
- Vocês têm um médico ou alguém a bordo que saiba tratá-lo ? – perguntou Ana sem conseguir despregar o olho do ferimento.
- O mais competente está desacordado no momento... – respondeu Brett pesarosamente apontando a mão para Crow.
- Ai, meu Deus...
- Ana, por favor, – pareceu lembrar o perigo que os espreitava lá fora – tenho que voltar para o convés e levar o Highlander para longe do ciclone. Cuide de Crow. Vou mandar alguém que saberá o que fazer. Volto assim que estivermos a salvo. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, Brett saiu correndo.
Poucos minutos depois entrou um homem de olhos esbugalhados, barba por fazer, trajando um avental que um dia devia ter sido branco. Seu barrete da mesma cor fora arrancado pelo vento no caminho para a cabine.
- O Sr. Brett me mandou para ajudar o Capitão. – notificou-a observando o ferimento de Crow com expressão preocupada.
- Quem é você?
- Esse é o Liam, o cozinheiro! – apontou Didier.
- E cirurgião nas horas vagas, seu inútil! Vá buscar água! Precisaremos de panos e... Uma garrafa de rum. Temos que limpar isso aqui!
Ana pensou em repreendê-lo. Como podia pensar em bebida numa hora dessas? Entretanto, não quis brigar com a única pessoa que parecia ter alguma experiência com aquele tipo de coisa. Correu a verificar se ainda tinha água na jarra sobre a arca aos pés da cama. Visto que sim, tratou de abrir o baú, pegar um dos lençóis ali guardados e rasgá-lo, transformando-o rapidamente em ataduras. Enquanto isso, o cirurgião foi até o armário onde Crow mantinha as ervas medicinais, como o gengibre que usara para medicá-la, e ali passou a examinar algumas ferramentas cirúrgicas, incluindo um serrote, que ela preferiu não pensar em qual seria a finalidade de seu uso. Dentre os artefatos, ele tirou apenas uma agulha e alguns fios de algodão, o que a deixou menos aflita. Como Didier ainda estivesse parado, fuzilando o cozinheiro com o olhar, ela reiterou o pedido de Liam.
- Didier, traga o que ele pediu. Precisaremos de mais água.
- E rum! O que tenho aqui comigo não é suficiente – alertou Liam retirando uma pequena garrafa de bebida do bolso de seu avental.
- Eu vou! Mas só porque ela me pediu, seu porco.
- Rápido, Didier... Por favor!
- Moça, comece a limpar esse sangue enquanto ponho essa linha na agulha. Ele vai precisar ser costurado. Quanto mais tempo isso ficar aberto, pior.
- Oh, meu Deus... – Controlando da melhor maneira possível seu pânico, Ana começou a limpar o sangue em torno da lesão. – Tem certeza que sabe o está fazendo? Ele vai ficar bem? – perguntou em tom de súplica.
- Não tenho certeza de nada nessa vida, moça... Segurem-no! – Deu a ordem aos dois ajudantes que haviam auxiliado Brett a levar Crow para a cabine e que ainda estavam ali aparvalhados com os acontecimentos.
- Por quê?! – perguntou aflita, temendo o que aquele homem, acostumado a mexer em panelas, faria a seguir. Custava a crer que Brett o tivesse mandado para tratar de seu melhor amigo.
Quando os homens o seguraram, Liam abriu a rolha da garrafa em sua mão com a boca e jogou todo o conteúdo sobre a laceração, provocando um urro de dor em Crow.
- O que está fazendo?!
- O mesmo que ele faria, dona. Já o vi fazer isso muitas vezes sobre ferimentos piores que esse. O capitão diz que é para evitar infecção. Acho que também seria bom ele tomar um pouco, pois isso vai doer um bocado quando eu enfiar a agulha na pele.
Ana sentiu a cabeça rodar e por alguns instantes pensou que fosse desmaiar.
Onde está Didier que não volta com a água e o rum?
Crow começou a recuperar a consciência depois do choque provocado pelo contato do álcool no ferimento. Isso deu novo alento a Ana.
- O que está havendo? – perguntou confuso. Mais uma vez teve de ser segurado, pois quis virar-se na cama. – Soltem-me!
- Sinto muito, Capitão, mas tem uma cratera aí no seu ombro e vou ser obrigado a fechá-la.
- E Ana? Como ela está? – lembrou aflito quando não a viu.
- Estou aqui. – respondeu surgindo no campo de visão dele e deixando-o aparentemente mais tranquilo.
- Você está bem?
- Graças a você...
- E o ciclone? Preciso voltar para o comando!
- Capitão, tenho que costurar esse buraco antes.
- Você está muito ferido... Por favor, fique quieto... Brett está cuidando do Highlander. – suplicou Ana segurando-se para não cair com os sacolejos que se tornavam cada vez maism intensos.
- Preciso de algo para morder ou quebrarei todos meus dentes até o fim dessa sessão de tortura.
- Pedi para trazer rum, mas o imprestável do Didier ainda não voltou.
- Não quero beber nada. Preciso estar lúcido para voltar e ajudar Brett. Vamos logo com isso, Liam, por favor! – Voltou a deitar-se de bruços para que cozinheiro com jeito de açougueiro continuasse o seu trabalho.
Ana sorriu timidamente, aliviada por ver Crow acordado e disposto. Talvez o tal Liam não fosse tão mau assim, afinal o capitão parecia confiar no seu tratamento. O sujeito pegou algumas das ataduras que Ana preparara e enrolou-as de forma a produzir uma espécie de bastão. Esse foi dado a Crow para que ele mordesse durante o procedimento. O pior era o movimento provocado pelos ventos fortes que prejudicava o equilíbrio e atrapalhava o trabalho minucioso de Liam. Era impressionante ver a habilidade do homem, que, apesar das mãos enormes e grosseiras, possuía uma delicadeza admirável ao dar cada ponto, diminuindo pouco a pouco a abertura da ferida. Também a impressionou a coragem de Crow que não soltou nenhum outro tipo de gemido. Sabia que ele devia estar experimentando uma dor lancinante pela força com que mordia o improvisado mordedor e pelo suor que abundava sua testa e seu dorso.
Didier finalmente voltou à cabine, visivelmente bêbado, mas trazendo água e rum, conforme o solicitado. Havia se passado quase uma hora desde que ele deixara a cabine.
- Pensei que tinha se afogado no barril de rum! – praguejou Liam.
- Trouxe o que ela me pediu, seu descascador de batatas! – exclamou irritadiço e cambaleante, além do que seria esperado.
Depois de certificar-se que não ficara qualquer resíduo de madeira no corpo de Crow e lavar mais uma vez o corte já fechado com água e rum, Liam pediu que Ana fizesse o curativo com as ataduras que sobraram.
- Vou deixá-lo aos seus cuidados, moça. Duvido que consiga segurá-lo nessa cama, mas seria bom que ele descansasse.
- Eu ouvi isso, Liam. O descanso pode ficar para depois.
Com alívio, todos acabaram por notar que o balanço do Highlander diminuíra e a luz que entrava pela janela era provocada pelos últimos raios de sol do dia. As nuvens carregadas de cinza dispersavam-se. O aterrorizante ciclone se desvanecera. Apesar disso, Crow tentou levantar-se da cama, sendo retoricamente proibido por Ana.
- Pelo jeito Brett saiu-se muito bem no controle do navio. Assim, fique quieto para que os ferimentos cicatrizem.
Não reclamou nem tentou ironizar a repreensão de Ana. Estava extasiado com sua demonstração de preocupação e cuidados para com ele. Em seu último encontro ficara com a certeza que Ana o odiaria mais do que nunca ao saber de sua ligação com Drake.
- O senhor é um homem de sorte, Capitão. – falou Liam, piscando o olho para demonstrar o duplo sentido de sua observação. – Acho que já posso voltar para minha cozinha. Hoje merecemos uma refeição um pouco melhor que a dos outros dias.
- Obrigada ... – agradeceu Ana ao cozinheiro pirata.
- Fico feliz que tenha se recuperado bem da sua febre, moça.
- Febre?... Ah, sim... Claro. Obrigada...
- Vou levar esse peste aqui para tomar um ar e curar a bebedeira. Tomara que não tenha esvaziado todos os barris da minha cozinha. – disse Liam referindo-se a Didier, já o pegando pelo braço e arrastando-o para fora.
Aos poucos, os homens que haviam ficado para ajudar acompanharam a dupla e voltaram ao trabalho. Certamente o Highlander sofrera mais avarias que a quebra do mastro que ferira Crow, portanto teriam muito que fazer considerando reparos em alto-mar.
- Você foi muito corajosa. Obrigado por sua ajuda. – agradeceu Crow a Ana assim que ficaram sozinhos.
- Não fiz nada. Apenas estou retribuindo o que fez por mim... lá em cima. – falou sem olhar para ele, usando a desculpa de estar arrumando o material utilizado.
Virou-se ao ouvir o movimento sobre a cama e deparou-se com Crow sentado na beira do leito, com a mão friccionando a cabeça no local onde provavelmente surgira um galo, devido à batida que sofrera na queda. Entretanto, seus olhos a observavam.
- Eu já disse que deve ficar deitado... Deixe-me ver sua cabeça...
- Não é nada... Precisamos conversar, Ana...
- Temos muito que conversar... Mas não agora. Você precisa descansar... Por favor, Nigel... – pediu e instintivamente elevou o braço, tocando-o de leve no ombro são. Diante desse gesto, Crow não pode evitar a ternura que tomou conta de seu coração. Pegou a pequena e acalentadora mão, levando-a aos lábios e beijando-lhe suavemente a palma.
- Crow! Conseguimos! – Brett entrou sem aviso comemorando o sucesso de sua empreitada. Estacou ao perceber que interrompera algo importante. – Desculpe... Não sabia que...
- Maldição, Brett... – disse Crow entre dentes – Parece que você está se especializando nesse tipo de interrupção.
Ana não pode deixar de sorrir, iluminando o espírito de Crow. Sentiu que mais de um ciclone havia sido contornado, embora fosse imprevisível o surgimento de outros.

(continua...)

Parece que eles vão se acertar, não? Porém, como ainda tem muita água para rolar nesse mar, muitos problemas ainda estão por vir.
Adorei os comentários fofos da Léia (que está tentando ler os capítulos anteriores e quase chegando aqui) e do Luiz Fernando. Claro que tb amei saber das emoções que minha história está provocando na Brih, na Nadja e na Lucy. Todos meus amigos muito queridos, a quem deixo aqui o meu afago e meu agradecimento. Um beijo carinhoso!

5 comentários:

  1. ai eu vou bater nesse Brett, que cara metido, quem mandou ele entrar ai?!
    aix!!! asimm não dá, tem que ter um capítulo novo todos os dias!!
    doi pra chegar sexta feira de novo!!!
    Beijos enormes
    Brih!
    Meu Livro Rosa Pink

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  2. Oi Rosane, quem é vivo sempre aparece né? rsrsrsr, fiquei um tempão sem comentar mais aqui estou eu e vc como sempre me surpreendendo, quando eu comecei a ler " O Corsário Apaixonado" pensei acho que não vou gostar muito desse romance, pois é agora ele já esta na minha lista de preferidos, também com um pirata desse quem não se apaixona e a ana é o tipo de mocinha que eu gosto forte, determinada e nada boba, garota esperta rsrsrs... ai eu tava com muitas saudades beijosss.

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  3. Rosane minha Flor consegui chegar aqui... ebaaaaaaa... kkk.

    Sorry! Sorry! Sorry por meu sumiço, agradeço imensamente sua compreenção e carinho.

    Agora vamos incluir uma benzedeira a esse casal, pois se ñ é as lembranças, são os marujos, ciclone que chega pra atrapalhar. Só está faltando um papagaio de estimação para surigir bem na hora H deles... kkk

    * * *Super Beijos* * *

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  4. Deve ter sido um sufoco para a Ana ficar sem notícias do nosso bonitão, pois quando se ama, um segundo equivale há muitos anos. Com tudo o que ocorreu entre eles, com o Crow saindo daquele jeito, ela deve ter ficado muito triste. Ainda bem que o Brett é um amigo leal e ajudou a esclarecer um pouco a situação.
    Nossa, um furacão já é aterrorizador, imagine então em alto-mar!
    A Ana foi uma doida em sair no meio de um temporal desses, mas nesses momentos, a gente fica com coração na boca e com um medo enorme de que algo ruim aconteça sem que antes tenhamos a chance de desfazer o mal entendido, de gritar aos ventos tudo o que sentimentos pela pessoa amada.
    E o Nigel... ai... ai... um herói!
    Amiga, isso aqui está bom demais!!! Provocando suspiros incontroláveis... *--*
    ♥Beijinhos♥

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  5. Comecei a ler os primeiros capítulos, daqui a pouco chego por aqui...
    Parabéns pelo seu dom de escrever assim...
    Também gosto de escrever; claro que não sou um escritor, mas como disse: gosto de escrever.
    Lendo, me deu mais inspirações para meus novos posts...
    Rosane, é bom ler o que escreve, chego viajar no tempo. Ah, antes de terminar, obrigado pela dica do tradutor. Lembra?
    Estarei sempre passando por aqui!
    Um abraço do seu novo fã!

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